A sensação de queimação na garganta, tosse persistente e rouquidão podem sinalizar muito mais que um simples desconforto passageiro.

Em meus anos de prática clínica em Goiânia, tenho observado um aumento significativo de pacientes que sofrem com sintomas do refluxo na garganta, uma condição que compromete significativamente a qualidade de vida quando não tratada adequadamente.

Se você também vem sofrendo com esse desconforto, te convido a continuar a leitura e entender melhor as causas e como tratar!

O que é o Refluxo Laringofaríngeo?

O refluxo laringofaríngeo ocorre quando o conteúdo ácido do estômago retorna involuntariamente, passando pelo esôfago até atingir a região da faringe e laringe.

Diferentemente do refluxo gastroesofágico comum (que causa principalmente azia), esta variante afeta diretamente as estruturas da garganta, provocando sintomas que frequentemente são confundidos com problemas respiratórios ou otorrinolaringológicos.

Na minha experiência atendendo pacientes em Goiânia, percebo que muitos chegam ao consultório após meses ou até anos de tratamento incorreto, justamente pela dificuldade em reconhecer esta condição.

O líquido ácido que reflui irrita e inflama os tecidos sensíveis da garganta, gerando manifestações que nem sempre são associadas a problemas digestivos.

Sintomas do Refluxo na Garganta: O que Observar

Os sintomas do refluxo na garganta podem variar significativamente entre os pacientes, mas os mais comuns são:

  • Pigarro constante: Muitos dos meus pacientes relatam a necessidade de “limpar a garganta” constantemente, especialmente pela manhã ou após as refeições.
  • Rouquidão crônica: Alterações na voz sem causa aparente, principalmente ao acordar.
  • Sensação de corpo estranho: Sensação de uma “bola” ou “algo preso” na garganta, conhecida cientificamente como globus faríngeo.
  • Tosse seca e irritativa: Particularmente ao deitar-se, quando a posição horizontal facilita o refluxo.
  • Irritação e ardência: A sensação de queimação pode se estender do estômago até a garganta.
  • Dor ao engolir: Dificuldade ou desconforto durante a deglutição.
  • Gosto amargo ou ácido na boca: Principalmente ao acordar pela manhã.
  • Secreção excessiva: Sensação de excesso de muco ou “catarro” na garganta.

Um estudo realizado na Índia revelou que 88% dos pacientes com refluxo laringofaríngeo apresentavam pigarro frequente, seguido por problemas na voz em 79% dos casos.

Estes números confirmam o que observo diariamente em meu consultório.

Prevalência no Brasil e no Mundo

Os dados epidemiológicos demonstram a relevância deste problema de saúde. De acordo com pesquisa da Federação Brasileira de Gastroenterologia, aproximadamente 51% dos brasileiros sofrem com refluxo semanalmente.

Na região Centro-Oeste, onde atuo, este número chega a 47% da população.

Em minha experiência clínica em Goiânia, observo que muitos destes casos evoluem para manifestações na garganta. Estudos apontam que o refluxo laringofaríngeo está presente em aproximadamente 26,8% dos pacientes que consultam otorrinolaringologistas no Brasil.

No cenário global, a situação não é diferente. Em 2019, havia cerca de 783,95 milhões de pessoas com doença do refluxo gastroesofágico ao redor do mundo. A prevalência desta condição varia conforme a região geográfica, sendo particularmente alta na América Latina e no Caribe.

Fatores de Risco e Causas

Existem diversos fatores que contribuem para o desenvolvimento do refluxo com sintomas na garganta:

  • Obesidade: O excesso de peso, particularmente na região abdominal, aumenta a pressão sobre o estômago.
  • Estresse: Um fator cada vez mais presente na vida dos pacientes.
  • Tabagismo: Além dos danos diretos à garganta, o fumo compromete o funcionamento do esfíncter esofágico.
  • Alimentação inadequada: Consumo excessivo de alimentos gordurosos, ácidos, bebidas gaseificadas e café.
  • Sedentarismo: A falta de atividade física regular compromete toda a função digestiva.
  • Medicamentos: Alguns remédios para hipertensão e outras condições podem piorar o refluxo.

A pesquisa mencionada anteriormente identificou que o grupo mais afetado são mulheres obesas, sedentárias e fumantes entre 36 e 47 anos, perfil que corresponde a uma parcela significativa dos pacientes que atendo.

Diagnóstico

Na minha abordagem clínica, o diagnóstico do refluxo laringofaríngeo começa com uma história clínica detalhada. Ouço atentamente os sintomas que meus pacientes relatam e os correlaciono com seus hábitos de vida.

Os principais exames que solicito incluem:

  • Videolaringoscopia: Essencial para visualizar sinais de irritação e inflamação na região da laringe e faringe.
  • Endoscopia digestiva alta: Permite avaliar lesões no esôfago e identificar refluxo gastroesofágico associado.
  • pHmetria esofágica: Em casos específicos, para medir a acidez no esôfago ao longo de 24 horas.
  • Manometria esofágica: Para avaliar o funcionamento dos esfíncteres.

A combinação destes exames com os sintomas relatados permite um diagnóstico preciso e um tratamento direcionado, evitando complicações futuras.

Tratamento

O tratamento dos sintomas do refluxo na garganta deve ser multimodal. Sempre oriento meus pacientes que as mudanças no estilo de vida são tão importantes quanto os medicamentos:

  1. Ajustes alimentares: Redução de alimentos ácidos, gordurosos, café, álcool e refrigerantes.
  2. Controle do peso: Fundamental para pacientes com sobrepeso ou obesidade.
  3. Elevação da cabeceira da cama: Recomendo elevar cerca de 15 cm para evitar o refluxo noturno.
  4. Evitar refeições tardias: Orientação para não se alimentar nas 3 horas antes de dormir.
  5. Medicamentos: Prescrevo inibidores de bomba de prótons, antiácidos ou procinéticos, conforme a necessidade individual.
  6. Técnicas de gerenciamento do estresse: Incluindo meditação e atividade física moderada.

Em casos mais graves ou resistentes ao tratamento clínico, podemos considerar intervenções cirúrgicas, mas em minha experiência, a maioria dos pacientes responde bem às abordagens menos invasivas quando seguidas corretamente.

Conclusão

Os sintomas do refluxo na garganta representam mais que um simples incômodo, são sinais de um desequilíbrio que pode comprometer significativamente a qualidade de vida.

É importante ressaltar que o diagnóstico precoce e o tratamento adequado fazem toda a diferença no prognóstico.

Apesar da alta prevalência desta condição, muitas pessoas ainda sofrem desnecessariamente por desconhecimento ou por tratamentos inadequados.

Por isso, é fundamental buscar auxílio especializado aos primeiros sinais persistentes de desconforto na garganta, sobretudo quando associados às refeições ou à posição deitada.

Lembro sempre aos meus pacientes que o refluxo é uma condição tratável, e com as medidas adequadas, é possível recuperar o conforto e a saúde plena.

Está sofrendo com sintomas persistentes na garganta? Não espere que o desconforto se transforme em problema crônico.

Agende agora mesmo sua consulta em nossa clínica em Goiânia e descubra como podemos ajudá-lo a viver sem os incômodos do refluxo. Sua saúde merece atenção especializada!

Dr. Thiago Tredicci, Gastroenterologista e Cirurgião do Aparelho Digestivo. Experiente em cirurgia geral. CRM GO 12828, RQE 8168 e 8626.