Como gastrocirurgião com mais de uma década dedicada ao tratamento de doenças do aparelho digestivo, posso afirmar que poucos problemas são tão incompreendidos quanto o refluxo gastroesofágico.

Em minha prática diária, noto que muitos pacientes chegam ao consultório após anos convivendo com sintomas, sem saber que especialistas em refluxo gastroesofágico podem oferecer soluções eficazes para restaurar sua qualidade de vida.

A doença do refluxo gastroesofágico (DRGE) é uma condição que afeta milhões de brasileiros e merece atenção especializada.

Continue a leitura e entenda o papel de especialistas em refluxo gastroesofágico no diagnóstico e tratamento!

O Que é Refluxo Gastroesofágico

O refluxo gastroesofágico consiste no retorno involuntário e repetitivo do conteúdo do estômago para o esôfago.

Durante o processo digestivo normal, os alimentos mastigados passam pela faringe, descem pelo esôfago e chegam ao estômago.

Entre esses dois órgãos existe uma válvula muscular chamada esfíncter esofágico inferior, que deveria funcionar como uma porta de segurança.

Explico aos meus pacientes que essa válvula se abre para permitir a passagem dos alimentos e se fecha imediatamente para impedir que o suco gástrico, altamente ácido, penetre no esôfago.

Quando esse mecanismo falha, o conteúdo estomacal retorna, causando irritação e inflamação na mucosa esofágica, que não está preparada para receber substâncias tão corrosivas.

A Realidade dos Números: Prevalência no Brasil e no Mundo

Os dados epidemiológicos sobre refluxo gastroesofágico são alarmantes. No Brasil, a doença afeta entre 12% a 20% da população urbana, o que corresponde a aproximadamente 20 a 30 milhões de pessoas.

Esses números refletem a realidade que vejo diariamente: consultório lotado de pacientes buscando alívio para sintomas que poderiam ter sido tratados muito antes.

Uma pesquisa nacional conduzida em 22 cidades brasileiras detectou pirose em 11,3% dos 13.000 indivíduos avaliados. Já um estudo realizado em Pelotas, Rio Grande do Sul, encontrou prevalência ainda maior: 31,3% da população apresentava sintomas relacionados ao refluxo gastroesofágico.

No mundo, a prevalência varia significativamente entre regiões. Nos países ocidentais, a doença afeta entre 18,1% a 27,8% da população na América do Norte, 8,8% a 25,9% na Europa, e surpreendentemente apenas 2,5% a 7,8% no Leste Asiático.

Essa diferença geográfica reflete não apenas fatores genéticos, mas também hábitos alimentares e estilo de vida.

Reconhecendo os Sintomas: Quando Buscar Ajuda

Sempre enfatizo a importância de reconhecer precocemente os sintomas do refluxo. Os sinais mais característicos são:

Sintomas típicos:

  • Azia ou queimação que se origina na boca do estômago e pode atingir a garganta
  • Regurgitação, que é o retorno involuntário de alimentos à boca
  • Sensação de bolo na garganta

Sintomas atípicos:

  • Dor torácica intensa, muitas vezes confundida com problemas cardíacos
  • Tosse seca persistente
  • Pigarro constante
  • Rouquidão
  • Doenças pulmonares de repetição, como pneumonias e bronquites

Acontece que muitos pacientes demoram para associar sintomas como tosse crônica ou dor no peito ao refluxo gastroesofágico.

Uma pesquisa revelou que 28% dos brasileiros apresentam sintomas da doença, mas não os associam à DRGE, demonstrando a importância da educação médica e do acesso a profissionais especializados.

Fatores de Risco e Causas

Ao longo dos anos tratando pacientes com refluxo, identifiquei padrões consistentes nos fatores de risco. As principais causas incluem:

Alterações anatômicas:

  • Disfunção do esfíncter esofágico inferior
  • Hérnia de hiato
  • Fragilidade das estruturas musculares da região

Fatores de risco modificáveis:

  • Obesidade (os episódios tendem a diminuir com a perda de peso)
  • Refeições volumosas antes de deitar
  • Consumo excessivo de café, chá preto, chocolate, molho de tomate
  • Bebidas alcoólicas e gasosas
  • Tabagismo

Um estudo brasileiro demonstrou associação significativa entre DRGE e sexo feminino, baixa escolaridade, insônia, baixos índices de bem-estar psicológico e obesidade.

Esses achados reforçam minha observação clínica de que o refluxo é uma doença multifatorial, exigindo abordagem holística.

Diagnóstico Preciso: O Papel dos Especialistas em Refluxo Gastroesofágico

O diagnóstico adequado do refluxo gastroesofágico requer expertise clínica e, quando necessário, métodos complementares.

A anamnese detalhada é fundamental, analisando duração, intensidade, frequência dos sintomas e seu impacto na qualidade de vida, e para casos complexos, exames específicos são utilizados.

Um estudo brasileiro com 126 pacientes submetidos a tratamento cirúrgico mostrou que a endoscopia digestiva alta diagnosticou esofagite de refluxo em 91,7% dos casos, enquanto os exames radiológicos demonstraram refluxo em 80,2% dos pacientes.

A cintilografia mostrou-se eficaz em 85,1% dos casos, confirmando sua importância no arsenal diagnóstico.

Abordagem Terapêutica Personalizada

O tratamento do refluxo deve ser individualizado, e entre as principais abordagens terapêuticas, destaco:

Tratamento clínico:

  • Medicamentos que reduzem a produção de ácido gástrico
  • Procinéticos que melhoram a motilidade esofágica
  • Mudanças no estilo de vida

Tratamento cirúrgico:

Para pacientes que não respondem ao tratamento clínico ou apresentam complicações, a fundoplicatura laparoscópica representa o padrão ouro.

Esta técnica oferece excelentes resultados a longo prazo, com alívio dos sintomas em 80-90% dos casos após 10 anos.

Complicações e Prognóstico

Durante meus anos de experiência, testemunhei as consequências de refluxo não tratado.

As complicações incluem esofagite, estenose péptica, hemorragia e, mais preocupante, o esôfago de Barrett, principal fator predisponente para adenocarcinoma esofágico.

Embora a incidência de câncer seja baixa, o risco existe e justifica o tratamento adequado.

Conclusão

O refluxo gastroesofágico é uma doença complexa que requer atenção especializada.

Como especialistas em refluxo gastroesofágico, nosso papel vai além do diagnóstico e tratamento, devemos educar pacientes sobre prevenção e importância do acompanhamento regular.

A alta prevalência da doença no Brasil, afetando milhões de pessoas, torna essencial o acesso a profissionais capacitados.

Em minha trajetória, tenho visto como o diagnóstico precoce e tratamento adequado transformam vidas.

Cada paciente que recupera a capacidade de se alimentar sem dor, de dormir sem desconforto, reforça minha convicção de que especialistas em refluxo gastroesofágico fazem diferença real na qualidade de vida das pessoas.

Você está sofrendo com sintomas de refluxo gastroesofágico? Não permita que essa condição comprometa sua qualidade de vida.

Agende sua consulta hoje mesmo e dê o primeiro passo para recuperar seu bem-estar e tranquilidade.

Entre em contato e descubra como podemos ajudá-lo a viver livre dos sintomas do refluxo!

Dr. Thiago Tredicci, Gastroenterologista e Cirurgião do Aparelho Digestivo. Experiente em cirurgia geral. CRM GO 12828, RQE 8168 e 8626.